sexta-feira, 7 de março de 2008

HERESIAS - DONATISMO

Donatismo

FUNDADOR:
Donato, bispo de Cartago (-335 d.C.), foi um ortodoxo extremista. Seu zelo pela doutrina foi tal que o fez separar-se da Igreja para formar a sua própria com um pensamento mais 'puro'.
Surgimento
Até os primeiros anos do séc. IV havia intensa perseguição aos cristãos e à sã doutrina. Muitos, não negando a Jesus ou a sua fé, morreram tornando-se grandes exemplos de fé e firmeza para a Igreja. Alguns, no entanto, no momento da agonia negava sua fé. Arrependidos, depois, buscavam as antigas comunidades com pedido de perdão, e, em sua maioria, eram reintegrados à comunhão com os irmãos.
Por volta de 312 d.C., Donato levantou uma questão sobre a eleição de bispos. Na ordenação de um certo Cecílio para bispo de Cartago, um dos que o consagrava havia cedido durante a perseguição (cedera livros sagrados para serem queimados, com medo da morte), e, readmitido à Igreja, tivera sua posição restaurada. Isso muito desagradou a Donato.
Seu Ensino
Donato ensinava (a exemplo de Cipriano) que apenas os que não tinham pecados poderiam ministrar na Igreja, pois a validade das cerimônias dependia daquele que as celebrava. Se alguém era pecador, ou tinha sido ordenado por um deles, qualquer ministração (Ceia, batismo, casamento, etc.) seria inválida. Seguindo esse raciocínio, e, não sendo aceito pela comunidade da época, Donato formou uma nova comunidade. Nela não havia a interferência do Estado, eles mesmos faziam seus próprios concílios, e ordenavam seus bispos.
Hoje, temos um pouco do pensamento de Donato. Com que olhos percebemos aqueles que tendo muita comunhão com o Corpo de Cristo, tendo caído, retornou ao Corpo? Desconfiamos. É claro que não devemos deixar de lado a precaução, entretanto, não deve haver o exagero a fim de manter o arrependido no Corpo da Igreja.
Repercussão
Seus ensinos foram refutados especialmente por Agostinho, e também no Sínodo de Roma (313 d.C.) e de Arles (314 d.C.). Os donatistas sobreviveram, apesar de toda perseguição, até o séc. VII.

Nenhum comentário: